Os tapetes cuja técnica de confecção levam esse nome, são feitos com fios de lã nos quais são feitos nós em uma tela especial chamada talagarça.
Como fazer tapetes de lã (tapetes de nós)
Os tapetes, passadeiras e tapeçarias de nós dão muito conforto à casa; são bonitos, resistentes e conferem um toque de originalidade à decoração.
Este tipo de trabalho é fácil de executar. Não são necessários instrumentos complicados – por exemplo, um tear – para criar estes produtos maravilhosos de uma arte antiga com origem no Oriente. E, o que é talvez ainda mais importante, também não são necessários grandes conhecimentos de trabalhos manuais.
O único instrumento necessário para fazer os tapetes de lã ou tapetes de nós é uma pequena agulha de tapeçaria própria para fazer os nós, que se pode comprar num bom armarinho. Com a ajuda desta agulha, a confecção dos nós com a lã de tapete sobre a talagarça é mais fácil. Todo o outro material necessário para fazer o trabalho pode ser preparado em casa, o que torna tudo mais barato. Se não se quiser trabalhar por modelos já feitos, concebidos por outra pessoa e à venda no comércio, e que portanto são todos iguais, mas se preferir aplicar desenhos criados por nós, o trabalho torna-se ainda mais interessante.
Com um pouco de imaginação podemos desenhar belos motivos com características muito próprias.
Material e instrumentos para fazer os tapetes de lã
Vamos precisar da talagarça, da agulha de esmirna (algumas pessoas utilizam a agulha de crochê) e da lã cortada (geralmente com uns 10 cm). Vão me perguntar, qual lã devo usar? Bem, a resposta não é tão simples pois existem diversas possibilidades. Há no mercado brasileiro a lã Paratapet, da Pingouin, que é uma lã própria para este trabalho. Porém, por ser uma lá pura, o seu preço é meio elevado. Pode-se usar também o que chamamos que lã acrílica, como por exemplo, a lã Mollet, da Círculo. Há muitas pessoas que usam fios ao invés de lã natural ou acrílica, como a Dani. Em seu canal no Youtube, Arte em Talagarça com Dani, tem muitos vídeos legais que ensinam essa técnica.
Também se pode aproveitar restos de lãs ou de fios de tricô ou croché para fazer os nós. Nesse caso, pode ser preciso trabalhar com dois ou quatro fios. Um outro material que se presta muito para fazer estes tapetes são os tecidos de malha de algodão. As camisolas de lã velhas também poderão ser aproveitadas – cortam-se em tiras de 15 mm de largura, no sentido da malha. Com 100 g de lã de tapete podem fazer-se cerca de 500 cm2, ou seja, aproximadamente uma tira de 5 cm de largura por 1 m de comprimento, embora isso também dependa da altura do pêlo do tapete.
As peças confeccionadas por este processo são muito resistentes, mantêm-se bonitas durante muitos anos e não perdem a cor. Para as limpar sacodem-se e batem-se bem.
Preparação do fio para fazer os tapetes de lã
Quando se compra a lã de tapete em novelos ou se pretende usar restos de lã, fios de algodão ou misturas de fibras naturais e sintéticas tem de se começar por cortar o fio em pedaços pequenos. Mas para os fios ficarem com o comprimento suficiente e, mais importante, todos com o mesmo comprimento, utiliza-se uma régua especial que se encontra no mercado para este fim, ou pode-se improvisar uma régua de madeira ou papelão. Enrola-se o fio na régua ou na tira de papelão da mesma maneira e corta-se com a tesoura ao longo da parte de cima.
Guardam-se os fios cortados em saquinhos de plástico transparente, separando-os por cores. Assim, o material é identificado sem ser preciso retirá-lo do respectivo saco. Os fios mais finos têm de ser trabalhados dois a dois ou quatro a quatro. Mas, nesse caso, podem misturar-se para o mesmo nó fios de várias cores, o que proporciona possibilidades interessantes, especialmente quando se deseja preencher superfícies grandes de cor uniforme. Mistura-se, por exemplo, uma cor mais escura com três tons mais claros da mesma cor ou vice-versa, ou dois fios de cada cor. Com a lã assim preparada, pode-se colocar mãos à obra.
Como fazer O nó
Depois de se ter cortado uma tela do tamanho desejado, estende-se sobre uma mesa e começa-se por se embainhar com uma agulha e uma linha os lados por onde se cortou a tela, dobrando-os primeiro duas vezes, para a tela não desfiar. Só depois de o tapete estar pronto é que se rematam as bordas com fio de lã com uma cor de combine.
O ponto de nó é também designado pelo nome de nó de Ermirna ou nó turco. Coloca-se a agulha com a mão direita por debaixo do fio horizontal da tela (de cada quadrado) e puxa-se novamente para cima. Segura-se entretanto o fio de lã com a mão esquerda, dobrando-o ao meio, e empurra-se para baixo. Em seguida apanham-se com o gancho da agulha as duas pontas do fio, e coloca-se por dentro da argola de fio, puxando para dar o nó.
É assim que se faz o nó de Esmirna que, como podem ver, é muito simples. Quando se tem alguma prática o trabalho avança depressa.
Inseri aqui um vídeo que ilustra esse passo a passo.
Motivos decorativos simples para tapetes de lã
Pontos e linhas, superfícies maiores e menore, verticais e horizontais contrastam entre si para dar vida ao trabalho.
As linhas oblíquas e em ziguezague tornam o conjunto menos monótono. São simples: basta fazer alternadamente num certo comprimento dois nós de cor clara e dois de cor escura, afastando-os depois para a direita ou para a esquerda na fila horizontal seguinte. Um dos nós claros fica sobre um nó escuro e um dos nós escuros sobre um nó claro. Continuando a fazer os nós sempre desta maneira, obtêm-se linhas oblíquas.
Estes motivos decorativos simples ficam muito bem em tapetes, capas de almofadas ou tapeçarias. Não requerem desenhos complicados, bastando fazer um simples esboço do conjunto antes de começar o trabalho. Estão, pois, ao alcance de qualquer principiante. Nestes trabalhos a escolha das cores é muito importante: os grandes contrastes entre tons claros e escuros ou entre cores diferentes não são de bom efeito. Devem escolher-se cores pouco contrastantes e tons aproximados da mesma cor, para se obter um efeito harmonioso e repousante.
As superfícies grandes ficam menos monótonas se forem preenchidas com fios de vários tons da mesma cor – por exemplo, obtém-se um verde misturando vários tons de verde com a mesma intensidade. O conjunto fica mais bonito do que se se preencher a superfície com fio de cor uniforme.
Quando se pretende preencher superfícies grandes pode-se misturar num montinho fios de lã de diferentes tons de uma cor principal. Aquilo que mais agrada num trabalho depois de pronto nem sempre foi planeado de antemão. Esses pormenores são inventados à medida que se vai executando o trabalho, em função da luz e em determinados pontos da obra.
Quando se compra a lã devem-se adquirir portanto vários tons de cada cor. A gama de tons de cada uma das cores é quase infinita. Quando se preenchem com nós os motivos constituídos por superfícies contrastantes, tem de se prestar toda a atenção aos contornos das superfícies, para que fiquem bem nítidos.
Sugestões para trabalhos decorados com estes motivos geométricos simples: almofadas, tapetes pequenos para pôr em frente de um sofá ou de um móvel pequeno, tapeçarias pequenas, mas também tapetes grandes para o chão, de cores discretas, nem muito claras, nem muito escuras. Outra sugestão: podem confeccionar-se várias passadeiras pequenas do mesmo comprimento (por exemplo, com 1 m de largura) e com uma decoração igual ou semelhante, e uni-las depois para formar um tapete grande.
Os trabalhos decorados com motivos feitos a partir de superfícies contrastantes podem ficar ainda mais variados se se introduzir nessas superfícies com a mesma dimensão contrastes suplementares entre “grande e pequeno”.
Por exemplo, o fundo claro de uma superfície dividida em quadrados ou rectângulos pode ser enriquecido com uma nova cor contrastante, formando pequenos pontos ou linhas. Mas estas variantes devem ser experimentadas previamente em papel quadriculado – preenchendo os quadrados com cruzes feitas a lápis de cores diferentes.
Também se pode preparar moldes em tamanho natural. Divide-se uma folha grande de papel em superfícies delimitadas por linhas verticais e horizontais e pintam-se essas superfícies a aguarela ou guache. Se o efeito do conjunto agradar – para o verificar, afaste-se da folha de papel pintado e olhe para ela fechando alternadamente os olhos – pode-se colocar a folha de papel pintado diretamente debaixo da tela. Depois passam-se esses motivos para a tela, pintando-a com guache. As cores definitivas serão escolhidas à medida que o trabalho for sendo executado. Os contrastes entre o grande e o pequeno devem ser claramente acentuados.