Sejam bem vindos ao meu blog. Gosto de pesquisar sobre os mais variados temas e resolvi reunir um pouquinho de cada assunto que me interessa e que acredito atrairá a atenção de amigas e amigos com gostos afins. Para iniciar o nosso passeio vou falar sobre um assunto que muito me encanta, como o nome do blog indica, que são as velas artesanais.
segunda-feira, 6 de abril de 2015
O Encanto das Velas: Mosaico
O Encanto das Velas: Mosaico: BREVE HISTÓRIA DA ARTE DO MOSAICO – EUROPA E BRASIL O mosaico é a arte de compor imagens, figurativas ou não, por intermédio de fragme...
Mosaico
BREVE HISTÓRIA DA ARTE DO MOSAICO – EUROPA E BRASIL
O mosaico é a arte de compor imagens, figurativas ou não, por intermédio de fragmentos de materiais coloridos ou não, que, uma vez reunidos, substituem as tintas e corantes, formando superfícies que expressam idéias.
O mosaico não é privativo da espécie humana. Ornitólogos australianos descobriram que alguns pássaros machos daquele país decoram os ninhos com pedrinhas coloridas para atrair as fêmeas. Mesmo sendo da mesma espécie, os padrões criados pelos pássaros não se repetem, o que levou alguns cientistas a acreditar que o dom artístico pode não ser privativo dos homens.
Os muçulmanos, no século VII, impedidos por convenção religiosa de representar na arte os seres humanos, criaram lindíssimos mosaicos abstratos impressionantemente modernos, e, em busca de uma beleza maior, não tinham receio de misturar materiais preciosos com outros comuns, conquanto que a beleza das cores de seus mosaicos agradasse ao olhar dos homens e a Allá.
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Exterior azulejado da Mesquita de Sexta-Feira de Herat, Afeganistão |
Os muçulmanos e bizantinos irão, a partir de seus mosaicos, evoluir e levar essa arte a materiais até então limitadamente usados, como os vitrais e os painéis de azulejos, estes últimos, uma invenção chinesa no século IV A.C.
A Europa Ocidental recebeu esse legado artístico e o ampliou no Renascimento, onde, nos séculos XV e XVI, grandes mestres usaram a arte musiva para representar com perfeição o ser humano, agora valorizado pela nova ideologia do Antropocentrismo e do Racionalismo.
Na América, as civilizações Maia, Azteca, Inca e outras desenvolveram a arte musiva independente da influência européia. Os maias, em especial, criaram belíssimos mosaicos de jade e de outras pedras de cor e, pode-se dizer, que seus trabalhos rivalizavam com os melhores da Europa na época. O mosaico era aplicado em máscaras, escudos, jóias, paredes e até pirâmides inteiras eram assim revestidas.
No Brasil, antes da chegada dos portugueses, nossos índios, em especial os da etnia Tupi, já faziam composições musivas com penas que adornavam escudos, mantos e diademas. Depois da chegada dos colonizadores, um dos maiores troféus que eles podiam levar para os reis e patrocinadores das viagens era o diadema de penas dos caciques. Eram esses cocares de tal forma disputados na Europa que na França acabaram sendo incorporados à moda da época, quando todos os chapéus, tanto masculinos ou femininos, passaram a ter penas decorativas. Essa moda perdurou, entre as mulheres, até no século XX.
Os portugueses introduziram os mosaicos à européia no Brasil, mas, pela pobreza da colônia e dos materiais, muito pouca coisa subsistiu.
Seja como for, eram peças limitadas, as quais não conhecemos os autores, e não chegavam a formar uma grande superfície contínua como nas igrejas bizantinas.
Em fins do século XVIII, temos notícias de mosaicos feitos no Brasil e até conhecemos alguns artistas locais.
Com a construção do Passeio Público do Rio de Janeiro de 1779 a 1783 pelo Vice-rei Luís de Vasconcelos, com projeto de mestre Valentim da Fonseca e Silva, surge o primeiro contrato oficial no Brasil de um artista musivo, aliás, dois.
Com a vinda da Missão Artística Francesa, em 1816, a arte musiva se desenvolve e passa para as residências palacianas da Côrte. Os dois pisos de mosaico civil mais antigos sobreviventes são os da casa do arquiteto Grandjean de Montigny, na Gávea, hoje Centro Cultural da PUC, que pode ser datado de 1828; e os pisos em mármore e madeira do Solar da Marquesa de Santos, hoje Museu do Primeiro Reinado, em São Cristóvão, da mesma época. Nada sabemos dos artistas que os executaram, mas demonstram grande conhecimento da arte musiva, em especial os mosaicos da casa da Marquesa, onde até há uso da perspectiva.
Com a reforma da cidade do Rio de Janeiro pelos Governo Federal e Prefeito Pereira Passos, os mosaicos serão usados para ornar os novos palácios que surgiam para embasbacar o viajante estrangeiro e mostrar que a cidade nada devia em termos de arte às capitais europeias.
O monumento do Cristo Redentor, inaugurado em 1931, teve toda sua superfície externa revestida de mosaico de pedra sabão verde, em homenagem ao artista Aleijadinho. O arquiteto da obra, Heitor da Silva Costa, teve a idéia da cobertura musiva ao ver uma fonte assim revestida, em Paris.
O mosaico contemporâneo segue as mesmas normas das outras artes, não sendo mais limitado pelos temas ou usos. Acompanhando uma tendência que surgiu na pintura, os artistas atuais partem, não poucas vezes, para obras tridimensionais, fazendo as superfícies saltarem das paredes e pisos, integrando-as ao espaço do espectador. A introdução de oficinas de arte musiva em comunidades carentes tende, em futuro próximo, eliminar a distância existente entre o artista e o observador, surgindo daí o mosaico interativo, algo impensado no passado.
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